ORLA
DE ITAITUBA: ELEMENTOS ARTÍSTICOS, ESTÉTICOS E CULTURAIS.
Cleudimary Luna Lima
Elayne Mendes da Silva
Francinete Barreto
Garcia
Segundo Pareyson (1999, p.54),
”[...] o julgamento estético só e
possível através do utilitário, e a utilização não e completa se não vem
acompanhada da satisfação estética; em suma, a fruição alcança a sua plenitude
apenas na inseparável duplicidade dos aspectos estéticos e econômicos ”[...].
Sob o mesmo ponto de vista a
orla de Itaituba/PÁ tem sido palco para vários eventos culturais – econômicos ao
longo de sua história, houve um tempo em que a cultura de nossa cidade foi mais
valorizada e difundida. Pareyson observa que existe uma arte de evasão, que
descuida a expressão e a comunicação para acentuar os meros valores formais.
Sobretudo desde a década de
70 no carnaval a estética das roupas e alegorias das pessoas eram em si trajes
carnavalescos de luxo não deixando a desejar pra nenhuma escola de samba que
hoje vemos nas grandes cidades.
Observa-se que tanto as roupas quanto a
estética da orla da cidade ainda se modificam de acordo com a ocasião.
A cidade pepita naquela época era muito
pequena, e não tinha grandes proporções, até porque não dispunha de tanta
estrutura como ainda hoje não dispõe, mas a visão que se tem é a ideia de que
tudo por aqui só retrocede “tudo já foi bem melhor e a agora simplesmente por
alguma razão se perdeu ao longo do tempo junto com a essência da nossa
tradição”.
Segundo Loureiro (2002, p.30),
”[...] o próprio publico altera seu comportamento diante da nova maneira de
receber a obra de arte [...]”. Na cidade pepita a mudança também ocorre na
chegada do mês de julho, a amplitude da orla da cidade mais uma vez se modifica
em sua estética, recebendo diversas barracas, enfeites e principalmente a atração
maior das noites sociais o tradicional parque Santa Cruz, que embeleza com suas
luzes e cores as noites de julho.
Parque ano 2012
Parque ano 2013
Atualmente observa-se a
frieza das almas que vagam de um lado para o outro sem compreenderem ao certo o
que fazem ali, dando a plena impressão que a regra é gastar, degustar alguma comida
típica em umas das barracas temporárias que lá se estalam nesse período,
inaugurar alguma veste da moda do momento e depois, enfim retornar a suas casas
anestesiados pelo prazer do lazer estético.
Contudo mais uma vez a
paisagem estética da orla alterar-se no mês de setembro “semana da pátria” para
receber ornamentações cívicas, arquibancadas, palanque e a atração maior que
são as escolas do município de Itaituba, que vem com temáticas inovadoras
fazendo performances e ilustram a avenida Getúlio Vargas com seus trajes característicos da temática do
evento.
Ano 2012
De fato a modificação estética
orla da cidade de Itaituba vem acontecendo gradativamente no decorrer dos anos,
como em cada evento.
Entretanto lembranças também prevalecem da nossa sonda (fonte de
água minerais termais e sulfurosa) que dizem ter sido descoberta por acaso em
uma busca frustrada de petróleo. Quantas vezes deleitávamos em sua água
morna e terapêutica. Segundo a nossa própria crença água que curava qualquer
enfermidade de pele mais que acima de tudo curava nosso tédio sendo opção
unanime as margens do nosso rio tapajós. Patrimônio este que foi perdido por
pura falta de competência, questões políticas e insensibilidade.
sonda 1985
sonda 2014
Junto também foi o nosso violeiro (estátua marcante de um homem que com seu violão embelezava as margens do sonda bar - bar tradicional). Estátua essa que provavelmente esvaiu-se e reduziu-se a poeira e pó junto aos entulhos da antiga praça.
O Violeiro 1985
Violeiro 2017
Na tentativa de repor os
inestimáveis ícones históricos outros foram refeitos e ocupam a atual orla.
Agora temos uma fonte esteticamente linda, mas vazia de sua alma a “água
hipotermal“, temos um violeiro sem cor, sem brilho e sem essência.
Hoje nos parece fazer mais
sentido à frase do Hino de Itaituba que nesse sábio trecho expressa a angustia
de um futuro que já nos alcançou “Que o progresso, porém não destrua teus
valores que tem tradição, quando os prédios e encobrem a lua, cresce o povo,
mas sem coração”.
Ah !!! Falando em lua, quanta
tranquilidade nos dá quando passeamos por toda extensão da orla e contemplamos
a lua e seu reflexo sobre o rio tapajós, quando admiramos sentadinhos no banco
da praça da histórica Igreja Matriz de Sant’Ana, quando vagamos em nossos
pensamentos tentando desvendar como seria o interior do antigo e misterioso
orfanato com suas paredes graúdas hoje atual casa dos padres/bispo.
E importante ressaltar que a
beleza de nossa cidade resplandece com a essência do natal, trazendo mais uma
vez um novo aspecto estético para contemplarmos. A orla de nossa cidade pepita
se embeleza com os adereços natalinos causando deslumbre aos olhos dos que
passeiam e observam admirados os símbolos natalinos iluminados.
Ano 2010
Ano 2010
Por fim, o ciclo se fecha
com o Réveillon da cidade pepita que e claro não poderia deixar de acontecer em
nossa belíssima orla, onde mais uma vez a extensão se modifica com adornos decorativo
que se adequando de acordo com o evento. Portanto, a
arte pode ser definida pelo menos por três ângulos: a partir de sua relação com
a realidade, com o sujeito e com a sociedade.
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